Cachorra vegetariana

“A vida com a Pingo tinha estabelecido uma rotina. Pela manhã, Gunk sempre lhe servia uma vasilha grande cheia de alface e pepino com omolho de salada; em seguida, ele comia o seu cereal.

Todos os dias, a Pingo brincava no jardim (mas sempre de olho, caso a Dona Felpuda aparecesse, para se esconder debaixo do pé de camélia) e ficava mastigando grama até Gunk chegar da escola.

Á tarde, os dois passeavam juntos e, no jantar, a Pingo comia mais alface ou, às vezes, salada de repolho com cebola. A Pingo adorava cebola, mas Gunk não deixava que ela comesse muito, senão, quando se deitavam, o bafo empestava a cama. Ela continuava com medo de dormir sozinha, então dormia com Gunk.

Era sempre bom voltar para casa e receber o latifo de boas-vindas da Pingo. Não que ela latisse. Ela fazia um mero ‘png’, que Gunk traduzia como ‘estou muito feliz de ver você, Gunk!’ na língua da Pingo.

Ela estava crescendo. Gunk não sabia que alguém poderia crescer tanto só comendo salada de repolho, alface e tomate com omolho de salada e azeitona preta com queijo feta. Quase não tinha mais espaço na cama para ele e a Pingo.

– Não tem espaço nesta cozinha para nós e essa cachorra! – o pai exclamou certa manhã ao tentar se desviar da Pingo enquanto ela comia alface, pepino e beterraba e babava molho de salada no chão.”

Trecho do livro Meu bicho de estimação é um dinossauro (My dog the dinosaur), de Jackie French. Série Famílias Malucas. Editora Fundamento.

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1 Response to Cachorra vegetariana

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