Não consigo te ver!

A LUZ se acendeu de repente.

– Ai! – gritei.

Ela era tão forte que machucou meus olhos. Depois, diminuiu rapidamente e eu pude enxergar melhor.

Eu me voltei para o Canhoto e comecei a falar alguma coisa, não lembro o quê. Esqueci completamente o que estava dizendo quando percebi que ele tinha desaparecido.

– Ca-ca-canhoto? – disse gaguejando.

– Estou aqui – falou. Sua voz parecia vir de perto, mas eu não conseguia vê-lo. – Max, onde você está?

– Você não está me vendo?! – gritei.

– Não – respondeu.

Eu sentia o hálito dele, por isso sabia que ele estava perto. Mas tinha ficado totalmente invisível.

Então, eles não estavam brincando! A Erin, a April e o Canhoto estavam falando sério sobre o que tinha acontecido no sábado, depois da minha festa de aniversário. Eu tinha ficado invisível de verdade.

E agora eu tinha feito isso de novo. Junto com o meu irmão.

– Isso é muito estranho, Max – ele disse com a voz tremida.

– Bastante! – concordei. – Você não está me enxergando mesmo?

– Não. E também não consigo me ver – respondeu.

O espelho. Tinha esquecido de olhar o espelho.”

Trecho do livro Vamos ficar invisíveis! (Let’s get invisible!), da série Goosebumps, de R. L. Stine. Publicado pela ed. Fundamento.

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Um problema incomum

“Na hora do recreio, enquanto brincava de deslizar no barranco, viu que Leslie tinha sido cercada por um bando de meninas, chefiadas por Wanda Kay. Não conseeguia ouvir o que elas estavam dizendo, mas pelo jeito orgulhoso com que Leslie levantava a cabeça e estava toda durinha, dava para ter certeza de que estavam todas zombando dela. Então Greg Williams o agarrou e, enquanto brincavam de lutar, Leslie desapareceu. Na verdade, ele não tinha nada a ver com aquilo, mas empurrou Greg ladeira abaixo e gritou, sem ser para ninguém em especial:

– Tenho que ir embora!

Parou perto da porta do banheiro das meninas. Dali a poucos minutos, Leslie saiu. Dava para ver que tinha chorado.

– Ei, Leslie! – chamou baixinho.

– Suma da minha frente!

Ela se virou de repente e foi se afastando, bem depressa. De olho na porta da secretaria, ele correu atra´s dela – ninguém podia ficar pelos corredores ou no saguão na hora do recreio.

– Leslie, o que foi que houve?

– Você sabe muito bem o que foi que houve, Jess Aarons.

– Sei – confirmou ele, coçando a cabeça. – Se ao menos você tivesse ficado de boca fechada, podia ver na minha…

Mas ela já tinha dado as costas outra vez, e saído a toda velocidade pelo saguão. Antes que ele conseguisse terminar a frase e alcançá-la, ela já estava batendo a porta do banheiro das meninas bem na cara dele. Jess saiu do prédio. Não podia se arriscar a ser apanhado pelo senhor Turner rondando a porta do banheiro feminino, como se fosse um tarado ou qualquer coisa assim.”

Trecho do livro Ponte para Terabítia (Bridge to Terabhitia), de Katherine Paterson. Editora Salamandra.

Confira uma sinopse do livro e do filme que foi baseado no livro, no meu blog Divertido-Conhecimento. O endereço está na parte “To visit” dos links.

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Cachorra vegetariana

“A vida com a Pingo tinha estabelecido uma rotina. Pela manhã, Gunk sempre lhe servia uma vasilha grande cheia de alface e pepino com omolho de salada; em seguida, ele comia o seu cereal.

Todos os dias, a Pingo brincava no jardim (mas sempre de olho, caso a Dona Felpuda aparecesse, para se esconder debaixo do pé de camélia) e ficava mastigando grama até Gunk chegar da escola.

Á tarde, os dois passeavam juntos e, no jantar, a Pingo comia mais alface ou, às vezes, salada de repolho com cebola. A Pingo adorava cebola, mas Gunk não deixava que ela comesse muito, senão, quando se deitavam, o bafo empestava a cama. Ela continuava com medo de dormir sozinha, então dormia com Gunk.

Era sempre bom voltar para casa e receber o latifo de boas-vindas da Pingo. Não que ela latisse. Ela fazia um mero ‘png’, que Gunk traduzia como ‘estou muito feliz de ver você, Gunk!’ na língua da Pingo.

Ela estava crescendo. Gunk não sabia que alguém poderia crescer tanto só comendo salada de repolho, alface e tomate com omolho de salada e azeitona preta com queijo feta. Quase não tinha mais espaço na cama para ele e a Pingo.

– Não tem espaço nesta cozinha para nós e essa cachorra! – o pai exclamou certa manhã ao tentar se desviar da Pingo enquanto ela comia alface, pepino e beterraba e babava molho de salada no chão.”

Trecho do livro Meu bicho de estimação é um dinossauro (My dog the dinosaur), de Jackie French. Série Famílias Malucas. Editora Fundamento.

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Objeto inofensivo?

“- Esqueça. Não vou cair nessa outra vez – eu declarei.

Mas, quando olhei para o outro lado, o cachorro parecia muito interessado em alguma coisa que estava dentro do armário debaixo da pia, que eu tinha deixado aberto.

Ele puxou a coisa para fora e a cheirou, empurrou-a com o focinho e rosnou para ela.

‘Que estranho. Valente nunca rosna’, pensei.

– O que você pegou aí, garoto? – perguntei para ele.

O cachorro nem ao menos levantou a cabeça.

Sniff, sniff, sniff… rosnado.

Eu me inclinei para ver melhor.

– O que é, Kat? – Daniel perguntou.

– Acho que não é nada de especial. Acho que é só uma velha esponja – respondi.

Sniff, sniff, sniff… rosnado.

Parecia uma coisa comum, pequena, redonda e marrom-claro. Um pouco maior do que um ovo.

Mas a esponja tinha deixado Valente todo agitado e nervoso. O cachorro dançava em volta dela, latindo e rosnando.

Tirei a esponja dele e dei uma olhada melhor nela. E o meu querido cachorro tentou me morder!

– Valente! – eu gritei. – Menino feio!

Ele se encolheu nun canto e, com um ganido envergonhado, deitou a cabeça tristemente entre as patas.

Segurei a esponja perto do rosto para examiná-la melhor.

Puxa! Espere um pouco!

De repente, entendi o estranho comportamento de Valente.

– Daniel, olhe isso aqui! – exclamei. – Nossa! Não acredito nisso!”

Trecho do livro Ele saiu de baixo da pia (It came from beneath the sink), de R. L. Stine, autor da série Goosebumps. Editora Fundamento.

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Biografias: Pseudônimo-personagem

Daniel Handler

Daniel Handler nasceu no dia 28 de Fevereiro de 1970 em San Francisco, Califónia, onde vive atualmente com sua esposa Lisa Brown, uma artista plástica que conheceu na universidade, e seu filho de 7 anos, Otto. Daniel é filho de Lou e Sandra Handler.

Daniel é autor de novelas para adultos, narrações infantis, guiões de filmes (textos com ações e diálogos) e também interpreta o acordeão. Em sua série famosa Desventuras em série (A series of unfortunate events), utiliza o pseudônimo, que também é meio que um “personagem”, Lemony Snicket, que sai pelo mundo em busca de informações sobre os órfãos Baudelaire, e em todos os seus livros da série, na dedicatória, faz uma declaração de amor a Beatrice, personagem misteriosa cuja identidade não é revelada em nenhum dos 13 livros da série.

 

Fontes: Wikipédia; Wikilingue – Acessado aqui.
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O vice-diretor >:(

“Na ocasião, os Baudelaire simplesmente soltaram uns risinhos, contudo, ao escutar o som que atravessava a porta do vice-diretor, compreenderam que o pai estava coberto de razão. Quando chegaram perto da pesada porta de madeira, o som lhes pareceu o de um animalzinho  tendo um acesso de raiva. Porém, depois de escutar com maior atenção, as crianças perceberam que se tratava de alguém que não sabia tocar violino mas insistia em tocá-lo, fosse como fosse. Os sons esganiçavam, silvavam, gemiam e percorriam toda uma gama de horríveis matizes, impossíveis de descrever. Enfim, Violet não aguentou mais e bateu à porta. Bateu com toda a força e com insistência, para ser ouvida sobre o atroz recital de violino que se realizava lá dentro. Afinal, a porta se abriu com um rangido e surgiu à frente da menina a figura de um homem alto com um violino sob o queixo e um brilho colérico nos olhos.

‘Quem ousa interromper o ensaio de um gênio?’, perguntou o homem, fazendo retumbar a voz num tal volume que bastava para qualquer pessoa voltar a enfiar-se em sua concha de timidez.

‘Os Baudelaire’, disse Klaus baixinho, encarando o chão. ‘O sr. Poe disse que era para virmos imediatamente ao gabinete do vice-diretor Nero.’

O sr. Poe disse que era para virmos imediatamente ao gabinete do vice-diretor Nero‘, arremedeou o homem em tom de falsete esganiçado. ‘Bem, entrem, entrem, não tenho a tarde inteira à disposição.'”


Trecho do livro Inferno no colégio interno (The austere academy), da série de livros Desventuras em série (A series of unfortunate events), do autor Lemony Snicket. Editora Cia. das Letras.

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Dica de blog

Imagem do blog Book Mania

Estava pesquisando algo na internet, acho, e encontrei o blog Book Mania. A autora do blog fala sobre diversos livros que ela leu, como O ladrão de raios, A garota americana e Fazendo meu filme, dizendo quem é o autor, a nota que ela (a autora do blog) dá para o livro, a opinião dela e a sinopse do livro. A maioria dos livros faz parte do grupo de literatura chamado de chick lit, mas há livros de ouros estilos no blog. Confiram. Vocês vão gostar.


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Um novo lar (de novo)

“Os órfãos Baudelaire olharam através da janela suja do trem e contemplaram o negrume melancólico da Floresta Finita, pensando se algum dia a vida deles melhoraria. Um alto-falante que chiava muito acabara de anunciar que em poucos minutos chegariam à cidade de Paltryville, onde morava a pessoa que cuidaria deles dali por diante. Não puderam evitar de pensar quem seria capaz de querer viver num lugar perdido, sombrio e fantasmagórico como aquele. Violet, que tinha catorze anos e era a Baudelaire mais velha, olhou para as árvores da floresta, árvores tão altas e praticamente sem nenhum galho que pareciam mais canos de ferro do que árvores. Violet era uma inventora – estava sempre com o pensamento tomado por máquinas e engenhocas, sobretudo quando prendia o cabelo com uma fita para ajudá-la a pensar. Naquele momento, ao olhar para as árvores, começou a bolar um mecanismo que permitisse subir ao topo de qualquer árvore, ainda que inteiramente sem galhos como aquelas. Klaus, de doze anos, tinha os olhos voltados para o chão da floresta, que era todo coberto por um musgo marrom que crescera de forma desigual.Klaus gostava muito de ler, mais do que qualquer outra coisa, e tentou se lembrar do que já havia lido sobre os musgos de Paltryville, e se algum deles era comestível. E Sunny, que era apenas um bebê, olhava para o céu cor de fuligem que pairava sobre a floresta como um pulôver úmido. Sunny tinha quatro dentes afiados, e o seu maior prazer era morder coisas, qualquer coisa, daí sua atenção voltar-se para descobrir o que havia na área para ser mordido. Mas, embora Violet começasse a planejar sua invenção, e Klaus refletisse sobre sua pesquisa de musgos, e Sunny abrisse e fechasse a boca exercitando-se para uma oportunidade de morder, a Floresta Finita pareceu-lhes tão pouco inspiradora que não conseguiram evitar a dúvida: o novo seria lar seria agradável?”

Trecho do livro Serraria baixo-astral (The miserable mill), da série Desventuras em Série (A Series of Unfortunate Events), de Lemony Snicket. Editora Cia. das Letras.

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Biografias: Stephenie Meyer – vampiros famosos

Stephenie Meyer

Stephenie Meyer nasceu em 24 de Dezembro de 1973, em Hartford, Connecticut. Cresceu em Phoenix, Arizona, onde mora atualmente com o marido e os três filhos. Formou-se em Literatura Inglesa na Brigham Young University. Sua obra mais conhecida é a saga Crepúsculo, que já vendeu mais de 85 milhões de exemplares no mundo todo. Stephenie Meyer foi considerada uma das cem pessoas mais influentes do mundo por uma edição especial da revista Time.

Referências: Wikipédia, a enciclpédia livre; Eclipse (3º livro da saga Crepúsculo).

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Família diferente e parecida

“Foi ali, sentada no refeitório, tentando conversar com sete estranhos curiosos, que eu os vi pela primeira vez.

Estavam sentados no canto do refeitório, à maior distância possível de onde eu me encontrava no salão comprido. Eram cinco. Não estavam conversando e não comiam, embora cada um deles tivesse uma bandeja cheia e intocada diante de si. Não me encaravam, ao contrário da maioria dos outros alunos, por isso era seguro observá-los sem temer encontrar um par de olhos excessivamente interessados. Mas não foi nada disso que atraiu e prendeu minha atenção.

Eles não eram nada parecidos. Dos três meninos,  um era grandalhão – musculoso como um halterofilista inveterado, com cabelo escuro e crespo. Outro era mais alto, mais magro, mas ainda assim musculoso, e tinha cabelo louro cor de mel. O último era esguio, menos forte, com um cabelo desalinhado cor de bronze. era mais juvenil do que os outros, que pareciam poder estar na faculdade ou até ser professores daqui, em vez de alunos.

As meninas eram o contrário. A alta era escultural. Linda, do tipo que se via na capa da edição de trajes de banho da Sports Illustrated, do tipo que fazia toda garota perto dela sentir um golpe na autoestima só por estar no mesmo ambiente. O cabelo era dourado, caindo delicadamente em ondas até o meio das costas. A menina baixa parecia uma fada, extremamente magra, com feições miúdas. O cabelo era de um preto intenso, curto, picotado e desfiado para todas as direções.

E, no entanto, todos eram de alguma forma parecidos. Cada um deles era pálido como giz, os alunos mais brancos que viviam nesta cidade sem sol. mais brancos do que eu, a albina. Todos tinham olhos muito escuros, apesar da variação de cor dos cabelos. Também tinham olheiras – arroxeadas, em tons de hematoma. Como se tivessem passado uma noite insone, ou estivessem se recuperando de um nariz quebrado. Mas os narizes, todos os seus traços, eram retos, perfeitos, angulosos.”

Trecho do livro Crepúsculo (Twilight), de Stephenie Meyer. Editora Intrínseca.

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